Acreditava-se que caminhando pelas estradas da vida havia um homem que pudesse escutar súplicas por ajuda, enquanto a brisa tocava levemente em seu rosto direcionando seu olhar para onde não mais prestara a atenção.
Vagando sem pressa e sem rumo esperava-se mais do andarilho que por sua vez negava-se a ouvir os pedidos de socorro. Para o próprio, nada poderia interromper sua inexorável marcha.
Eram choros e lamentações acompanhados por expressões desconfiadas e nada contemplativas. Semi-inertes e anestesiados pelas lágrimas que escorriam de seus olhos, os sussurrantes ainda acreditavam que o andarilho pudesse resgatá-los de seu extenso e revolto deserto.
Mas porque devemos depositar nossas expectativas em alguém que a principio se coloca avesso as nossas súplicas? Indagou uma das vozes já quase sem forças.
Era o início de uma profunda reflexão que provocou rachas entre os que buscavam uma solução para aquela situação demasiadamente incomoda.
Enquanto isso, o andarilho ainda parecia não visualizar as adversidades vividas por aqueles que se posicionavam as margens da longa estrada. Era como se o mesmo fosse uma criação da imaginação dos necessitados por ajuda. Um ser derivado das suas carências, de suas dores e originário daquilo que necessitam. Uma espécie de super-homem que na verdade se encontrava dentro de cada um e que poderia ser visto quando resolvessem chamar a responsabilidade para os mesmos.
E os dias foram passando, as estradas se tornando mais longas, as dúvidas a respeito de tudo aumentando e seus corpos cada vez mais debilitados ainda esperavam serem socorridos pelo andarilho que parecia existir apenas em vossos pensamentos. (Viny Jacques)
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