terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A velha e o monstro!

Era uma noite de verão no agitado século XIX que trazia consigo o advento da modernidade. E sob os olhos atentos de uma idosa insana e demasiadamente humana gestora conhecida como “vida”, desenvolvia-se ali um "monstro" chamado "razão", com poderes desmedidos ultrapassando a linha tênue que classificam as experiências como bem e mal, o viável e o inviável, o "verdadeiro" e o "falso", o politicamente correto e o incorreto, o sorriso e a lágrima, a força e a fraqueza, a tolerância e a arbitrariedade.

Não temendo as reações do monstro mediante a sociedade que o acolheria, a velha agitada e insana divertia-se com as possibilidades de sua criatura ampliar seus poderes, independentemente das conseqüências que puderas vir devido a tudo que testemunharia ao seu redor através de suas andanças. (Viny Jacques)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Há quem diga ...

Há quem diga que devemos simplesmente nos lançar,

Há quem diga que devemos apenas contemplar as nuvens que passam de dia.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que deveríamos apenas saudar o novo com certa voluptuosidade,

Deixando fluir uma pseudo-espontaneidade aliada à interpretação de falsas vontades.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que o mundo sente a falta de Neruda,

E que a vida mesmo apresentando-se em muita das vezes de maneira absurda,

Trata-se de uma dádiva, oblação, presente e dom

Concedida a muitos, merecedores ou não.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que não somos os senhores dos nossos destinos,

Que tudo já está pré-determinado,

Que devemos curvar a cabeça dizendo sim rumando a um sentido único,

Como se fôssemos seres robóticos, como se fôssemos réus confessos,

Como se nossas ações fossem desassociadas ao princípio de alteridade,

Como se tudo fizesse parte de uma única verdade.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que o sorriso tem o poder de eclodir a sensação de bem estar até nos corações endurecidos,

Desconstruindo lembranças desagradáveis,

Possibilitando prazeres palpáveis e maquiando certas “verdades”.

Há quem diga, há quem diga ... (Viny Jacques)