sábado, 14 de dezembro de 2013

Vida com "I"

Surpreendente, dinâmica, conflitante e encantadora é a vida.
Nela me jogo para desfrutar de suas nuances.
Nela me perco e logo me encontro socorrido pelo desconhecido.
Nela observo a existência daquilo que me cativa, que me conforta e que me traz forças para esquivar-me da repugnante inércia.
Nela fui contemplado pelo sorriso que personifica tudo o que é belo, tudo o que é força, tudo o que é vontade sem conceder espaços para o que poderia ser saudade.
Contrariando os letrados, a vida começa com a letra “I”. Talvez seja apenas pelo fato dela existir, pelo simples fato dela me fazer sorrir. (Vinícius Jacques)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pecando prazerosamente!

Promovendo o desapego da idéia de pecado e desconstruindo velhas óticas, acredito que é sempre muito interessante devolver as boas experiências aos seus devidos lugares dentro da consciência humana, sendo assim, chego a conclusão que ao rever conceitos, romper com os dogmas e costumes de outrora passa a ser quase uma constante. Logo, desperto para atentar-me a sensualidade exagerada ou não dos espirítos livres personificados. Ou seja, a luxúria se faz presente mesmo que em miníma parcela.
Admito também que apreciar um bom cardápio por puro prazer, está entre os mandamentos que abraço cotidianamente. Então, detecto mais um satisfatório pecado.
Não manifesto o desejo demasiadamente insano de acumular riquezas, até porque a única certeza que tenho, é que nada sei a respeito do amanhã, mas se eu disser que não amo gozar das maravilhas modernas representadas por agradáveis bens materiais, eu estarei mentindo. É, temperaram a minha vida com algumas pitadas de avareza!
Desde pequenos fomos conduzidos a desenvolvermos uma postura obediente e passiva pautada em tradições inventadas que sempre visaram conter os ânimos mais exaltados, sendo assim, nos foi ensinado que sentir e extravasar a popular "raiva", trata-se de uma conduta anticlerical. Mas seria isso um erro? Isso não está diretamente associado a existência humana? Raiva, seja bem-vinda, afinal você não é tão horrorosa assim, a grande maioria vive flertando com você!
Hoje não sei mais se a soberba deve ser "satanizada", confesso que a leve e sarcástica arrogância de Friedrich Nietzsche, Marquês de Sade, Oscar Wilde e Nelson Rodrigues tem os seus encantos e possibilitaram que eu lançasse novos olhares sobre o mundo. Se estou trilhando o caminho "certo" ou "errado", não sei. Prefiro deixar que a vida inserida na idéia que temos do tempo, seja a minha avaliadora.
A bela menina de longa data conhecida popularmente como "vaidade", definitivamente tem um poder encantador desmedido que agrada os gêneros masculino e feminino. Essa menina já mexeu com a cabeça de tanta gente, que desde que os primeiros grupos começaram a se organizar coletivamente, a mesma teve lá a sua parcela de contribuição para desestabilizar até os mais radicais populistas.
Enfim, me despeço sem muitas pompas porque a preguiça acaba de aparecer em meu quarto trajando uma envolvente lingerie Victoria's Secret, tenho que admira-la e voltar a executar o primeiro pecado. (Viny Jacques)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Para Refletir!

Confesso que tenho andado chateado com a maneira que muitos militantes do movimento negro têm conduzido os afrodescendentes. Hoje escutei o "Kind of Blue" de Miles Davis (no dia em que o mesmo completaria 85 anos) para desfrutar do bom som desse talentoso artista que encantou o mundo com sua música, tendo em mente toda a contribuição de Davis para que o negro fosse visto, reconhecido, respeitado, valorizado e também amado não por leis e políticas de inclusão, e sim por seu mérito, mostrando que o talento transcende uma classificação étnica. Sendo assim, acessei alguns sites de grande relevância que tem por objetivo colocar o negro em evidência, mostrando a sua importância como peça fundamental nesse grande maquinário social (elucidando suas potencialidades e os convidando para serem sujeitos e não apenas predicados da história visando o progresso social) e tive o desprazer de não ler uma nota sequer a respeito da vida, obra e contribuição de Miles Davis.

Durante a semana o mundo (e não apenas os afrodescendentes) perdeu um grande intelectual (Abdias Nascimento) que deixou um legado digno de ser respeitado, independentemente de concordarmos ou não com seu direcionamento político em prol da luta pela melhor inserção dos mesmos em um mundo multicultural. Portanto, acredito que devemos batalhar pela desconstrução da idéia da vitimização eterna e começar a colocar em destaque aqueles que contribuíram e ainda contribuem com a valorização de todas as etnias (eu disse todas) em um modelo sócio-econômico e político-cultural eurocêntrico carregado de valores mesquinhos e nada fundamentados.

Temos que resgatar e trabalhar os princípios de alteridade e não a manutenção do pensamento da divisão de grupos como dizia o saudoso Milton Santos (que muitos afrodescendentes o criticavam por seu posicionamento político mediante essas questões), até porque quem prega a igualdade, não pode segregar!

Quero ler mais matérias a respeito dos Irmãos Rebolças, Garrett Morgan, Lima Barreto, Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), José do Patrocínio, Cosme Bento das Chagas, Agnaldo Manoel dos Santos, José da Paixão Silva, Emanoel Araújo, João da Cruz e Souza, Carolina Maria de Jesus, Luiz Gama, Pixinguinha, Carlos Gomes, Tia Ciata, Juliano Moreira, Theodosina Rosário Ribeiro, Benedicto Fonseca Filho, Antonieta de Barros, Mercedes Baptista, Auta de Souza, Luislinda Valois Santos e tantos outros que merecem sair do ostracismo. (Viny Jacques)

sábado, 23 de abril de 2011

Constantes variações!

Minha vida é uma variação constante.

Quero boêmia, quero serenidade.

Ora quero abraçar o mundo, ora quero isolar-me dele.

Ora quero ser prolixo, ora lacônico.

Ora quero ser claro, ora quero ser irônico.

Ora reivindico um abraço, ora um sorriso,

Desde que seja verdadeiro, desde que seja entre amigos.

Quero falar de futebol, mulheres e política.

Quero ser louco, santo, poeta/cronista.

Quero verbalizar um "caralho" no meio de uma conversa,

Apenas para quebrar o gelo e fugir da dogmática linguagem hermética.

Quero viver o simples sem muitos rodeios,

Embora também não descarte lampejos de devaneios.

Na verdade, estou a cada dia mais apaixonado pelo verbo querer,

Talvez seja pelo fato dele estar intrinsecamente ligado ao prazer.

Afinal, a vida seria um tédio se não fosse composta por tantos quereres! (Viny Jacques)

sábado, 19 de março de 2011

Flertando com o meu eu-lírico!

Bem! Analisar as conjecturas sociais abraçadas pela grande maioria da população mundial, fragmentada por essa pluralidade de “verdades” que visam definir o que A, B ou C devem fazer, de fato age em mim como uma droga demasiadamente nociva, com a simples missão de matar-me aos poucos.

Seria tamanha a hipocrisia desenvolvida por mim, caso eu não admitisse que a ignorância a respeito de determinados assuntos que estão inseridos em nossa esfera social, pautada pelo que classifico como “maldita cegueira-obediente”, trata-se de uma “benção”, já que são tantos os confortos e benefícios adquiridos e usufruídos por nós, quando simplesmente resolvemos desviar o nosso olhar dos mais distintos alvos cotidianos.

Em meus tempos de guri (nada muito longe), quase tudo se configurava de maneira um tanto idealista, poética e romântica. Acreditava em heróis demasiadamente humanos que pudessem romper com a lógica global sustentada pela lei capital (que inocência de minha parte). Acreditava que as representações humanas pungentes desfaleceriam-se num passe de mágica, como outrora lia nas mirabolantes fábulas que conduz o povo em quase sua totalidade. Mas o mundo “real” felizmente (ou infelizmente, isso dependerá da ótica) nos convida a vermos as bases estruturais desse modelo organizacional sócio-político-econômico que nos acolhe, com certo pessimismo.

Enquanto isso, sigo trilhando o caminho para ser como dizia Nietzsche, um “homem que continuamente vê, vive, ouve, suspeita, espera e sonha coisas extraordinárias”, mesmo que isso não vá de encontro aos padrões morais vistos como inquestionáveis em nosso círculo social. Afinal, os princípios de alteridade devem ser colocados em primeiro plano. Sempre! (Viny Jacques)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A velha e o monstro!

Era uma noite de verão no agitado século XIX que trazia consigo o advento da modernidade. E sob os olhos atentos de uma idosa insana e demasiadamente humana gestora conhecida como “vida”, desenvolvia-se ali um "monstro" chamado "razão", com poderes desmedidos ultrapassando a linha tênue que classificam as experiências como bem e mal, o viável e o inviável, o "verdadeiro" e o "falso", o politicamente correto e o incorreto, o sorriso e a lágrima, a força e a fraqueza, a tolerância e a arbitrariedade.

Não temendo as reações do monstro mediante a sociedade que o acolheria, a velha agitada e insana divertia-se com as possibilidades de sua criatura ampliar seus poderes, independentemente das conseqüências que puderas vir devido a tudo que testemunharia ao seu redor através de suas andanças. (Viny Jacques)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Há quem diga ...

Há quem diga que devemos simplesmente nos lançar,

Há quem diga que devemos apenas contemplar as nuvens que passam de dia.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que deveríamos apenas saudar o novo com certa voluptuosidade,

Deixando fluir uma pseudo-espontaneidade aliada à interpretação de falsas vontades.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que o mundo sente a falta de Neruda,

E que a vida mesmo apresentando-se em muita das vezes de maneira absurda,

Trata-se de uma dádiva, oblação, presente e dom

Concedida a muitos, merecedores ou não.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que não somos os senhores dos nossos destinos,

Que tudo já está pré-determinado,

Que devemos curvar a cabeça dizendo sim rumando a um sentido único,

Como se fôssemos seres robóticos, como se fôssemos réus confessos,

Como se nossas ações fossem desassociadas ao princípio de alteridade,

Como se tudo fizesse parte de uma única verdade.

Há quem diga, há quem diga ...

Há quem diga que o sorriso tem o poder de eclodir a sensação de bem estar até nos corações endurecidos,

Desconstruindo lembranças desagradáveis,

Possibilitando prazeres palpáveis e maquiando certas “verdades”.

Há quem diga, há quem diga ... (Viny Jacques)