Olá amigos, aqui estou postando meu primeiro Post rs.
Engraçado, ontem estava participando de um fórum que discutia a idéia da existência de Deus. Seria ele um mito, um amigo imaginário que nós humanos tivemos a necessidade de criar para não nos sentirmos só nesse tão rico planeta que estamos destruindo aos poucos, ou ele de fato existe de alguma maneira que a nossa limitada compreensão pautada nas leis da física ainda não consegue provar através do que entendemos como racional ?
Há um bom tempo venho dedicando um maior espaço sobre esse tema às minhas leituras e procurei pesquisar um pouco mais sobre as diversas manifestações de fé que alguns grupos realizaram e realizam ao longo da história.
Bem, a respeito do cristianismo temos informações que o mesmo se expandiu por uma vasta região e teve contato com as mais variadas formas de religiosidade, durante dois milênios. É difícil de se acreditar que essa idéia que temos hoje sobre esse cristianismo que aponta o que milhares de pessoas devem ou não fazer, não fosse influenciado pelas culturas dos povos cristianizados ou aculturados, como queiram. Basta pensar nos livros do Antigo Testamento e ver que em muitas coisas, esse texto é parecido com os de outras formas de religiosidade presente na região na qual estava situado o povo hebreu. Por exemplo, se lermos o famoso Código de Hamurabi veremos como há semelhanças com o livro do Levítico. Além disso, várias alegorias como a do Dilúvio estão presentes em vários povos. Gilgamesch na Babilônia e Deucalião na Grécia apresentam bastante semelhanças com a história do Noé bíblico. Temos ainda toda a simbologia dos números que é bastante comum em vários povos. No caso do crisntianismo, temos várias semelhanças das histórias em torno de outros deuses. Para os hindus, Krishna também foi crucificado e é interessante destacar aqui que os deuses que nascem de virgens e outros que ressucitam não é um monopólio cristão. Mitra na Pérsia nasceu em 25 de dezembro e morreu crucificado. Os deuses Quirinus em Roma e Thamuz na Síria também apresentam várias semelhanças com o marti cristão. Credos comuns que se autodenominam cristãos estavam presentes nos cultos dos pagãos, a própria origem do homem como fruto do barro tem coincidências com mitos do candomblé onde se diz que Oxalá fez o homem da lama. Na mitologia grega, Prometeu modelou o homem com barro e suas lágrimas. Dessa forma, fica muito complicado acreditar que não há influências mútuas. No apocalipse, o nome do deus grego Hades é citado como sinônimo de inferno.
Sabendo-se que a Igreja Católica nasceu quanto religião unificada com o Concílio de Nicéia (320 ou 325, ñ lembro ao certo), onde padres foram assassinados por divergência (coisa que deve satisfazer o sadismo de alguns anti-católicos rs) e livros "sagrados" foram excluídos (apócrifos), "nascia" a idéia de se organizar a igreja católica forte e marginalizar todas as outras manifestações de fé q ñ tivessem como base o cristianismo. Atualmente faço um esforço básico para entender e respeitar alguns indivíduos que seguem cegamente os ensinos disseminados por alguns líderes "espirituais" que a fim de manter seus interesses intocáveis e inabaláveis, ou até mesmo por simples desconhecimento, classificam como Seita algumas manifestações de fé q fogem a esfera da doutrina cristã. É sempre importante destacar q esse conceito de Seita foi criado apenas para diminuir outra religião, classificando-a como uma facção de menor importância. Talvez seja um mecanismo de defesa dos intolerentes (prosélitos fundamentalistas), pondo em xeque qualquer ecumenismo como uma ética mundial rs, o que logo vai contra a tão pregada tolerância e o respeito ao livre arbítrio pregado segundo a bíblia pelo popular Jesus.
Todos nós temos nossas formas de ver o mundo, nossas crenças, nossos gostos, nossas ideologias e é simplesmente por isso que acredito que esse conceito de verdade seja um tanto subjetivo. A idéia da criação do mundo não precisa de juízes, para que se diga o que é certo ou errado, a ciencia está sempre aberta ao novo a fim de procurar buscar entendimentos e esclarecer algumas coisas que não se mostram claras, mas infelizmente, a mesma é classificada por muitos como uma grande vilã da religião, como se o inevitável choque das visões sobre o mundo tanto pela ótica científica quanto pela religiosa fossem as responsáveis pelas mazelas do mundo. Aqui com meus botões, acredito que a postura de um indivíduo que se dedica à pesquisas é mais próxima da dúvida do que de certezas, lembro-me que em outras oportunidades trocando idéia com os velhos e novos amigos havia comentado que esse conceito de verdade absoluta não existe. Como sou um apaixonado pelo estudo da história, sou suspeito para defender que cabe a nós fazermos um esforço para desvendarmos e interpretarmos os fatos que nem sempre estão ao nosso alcance por diversos motivos. Acredito na riqueza das mais distintas culturas que se tem informação, reconhecendo a perseverança de pessoas que dedicaram suas vidas desenvolvendo estudos e pesquisas com os mínimos recursos possíveis.
Hoje somos nada mais nada menos que herdeiros dessas culturas que tiveram contato com o mundo ocidental, ou seja, somos o resultado das certezas, das negações, dos mitos e das memórias construídas nesses milênios vividos. Um dos meus filósofos preferidos - Nietzche - teve a sabedoria de dizer que "as convicções são as inimigas mais perigosas das verdades do que as das mentiras", é, tenho que concordar com ele.
Não tem como negar que o conhecimento foi, é, e ao que tudo indica, continuará sendo uma das maiores formas de se exercer o poder.
Abs !!!
